Rio de Janeiro: Chico I, Ativistas eTruculência de milicos [Vídeo]
No primeiro dia da visita do papa Francisco ao Brasil, ativistas promoveram um beijaço gay em frente à Igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, na zona sul. O grupo tomou conta das escadarias da igreja, que momentos antes estavam ocupadas por peregrinos da Jornada Mundial da Juventude. Com cartazes como do «Papa eu abro mão, quero mais dinheiro para saúde e educação», os manifestantes protestam contra gastos públicos com a vinda do papa ao país.
Oito atrizes se reuniram no Largo para protestar contra a vinda do Papa Francisco. Elas chegaram cantando músicas contra o Pontífice e com temas envolvendo os direitos da mulher e o corpo feminino, além de questões da Igreja tidas como conservadoras.O grupo entoava palavras de ordem sobre aborto, sexo livre e feminismo. Um dos refrões dizia: «Volte lá, volte para o seu lugar».
— A gente não é contra nada. A gente é a favor do que a gente acredita, principalmente na liberdade da mulher — disse a atriz Fabiana de Oliveira.
No corpo, elas pintaram expressões como «Estado laico» e «Liberdade». Com os seios expostos, usavam chifres vermelho e vestiam roupas em referência ao candomblé. Num determinado momento, simularam uma série de «confissões», afirmando: «Eu uso anticoncepcional», «Uso camisinha», «Eu já fiz aborto» e «Minha mãe não casou virgem».
Adolescentes que participam da Jornada Mundial da Juventude olhavam incrédulos. Alguns começaram a cantar para abafar o som das manifestantes, gritando: «Ei, ei, ei, Jesus é o nosso rei». Em resposta, elas usaram um megafone para seguir com o protesto.
Beijaço
O universitário João Pedro Accioly Teixeira, organizador do Beijaço reuniu casais homossexuais se beijando em frente ao Palácio Guanabara por volta das 18h . Ele disse que a idéia do ato surgiu após uma declaração do papa Bento 16, que afirmou que o casamento homoafetivo representa um perigo às organizações familiares. «Numa sociedade em que beijo ainda é considerado uma ofensa, protestos como esse são necessários».
Anonymous
Os protestos do Anonymous começaram bem antes da concentração. No Twitter, perfil do G1, portal de notícias da TV Globo, foi invadido por hackers ligados ao movimento e as publicações ligadas aos temas veiculados no site foram substituídos por mensagens de incentivo aos protestos e de repúdio: “O que é seu está guardado, Rede Globo”, dizia um dos tweets.
Ativistas do Mídia Ninja e a truculencia dos milicos
Vídeo mostra o momento em que um jornalista do grupo Mídia Ninja é preso. Ele estava em frente à 9.ª DP (Catete)Rio de Janeiro, apurando por que motivo outro colega do coletivo foi detido, quando foi abordado pelo tenente Puga. Ele disse que o jornalista era suspeito de incitar as manifestações e queria levá-lo para averiguações. Os dois integrantes do Mídia Ninja foram presos,levados para a 9ª DP e identificados pela Polícia Militar como Felipe Gonçalves de Assis e Felipe Garcia. Na delegacia, policiais não souberam explicar o motivo da prisão dos dois e informaram que procurariam irregularidades nos vídeos apreendidos com eles. Ambos foram liberados após prestar esclarecimentos.
“Transmitir protesto ao vivo é ‘incitar violência”-disse o milico
Uma advogada interveio e o tenente chegou a dizer que o repórter não estava detido e que poderia sair da delegacia se quisesse. Logo em seguida, o policial recebeu uma ligação e anunciou a prisão do repórter. «O major Nunes mandou levar ele», afirmou. A detenção foi transmitida ao vivo. O telefone usado na transmissão foi apreendido. Em seguida, o policial anunciou: «Quem passar mensagem pelo celular será preso»
Vídeo:Prisão do Carioca – Mídia Ninja