Brasil-Resistência Palestina-Gaza-Genocídio. Fatma Hassona, presente

16 de abril, a fotojornalista palestiniana Fatma Hassona, 25, e família foram mortos no bombardeio israelita à sua casa em Gaza. Festival de Cinema de Cannes (“Put Your Soul on Your Hand and Walk”, da diretora iraniana Sepideh Farsi). [Vídeo]


Clara Nabaa & يورونيوز

No dia 16 de abril, a fotojornalista palestiniana Fatima Hassouna foi morta num ataque israelita à sua casa. Fatima, de 25 anos, tinha dedicado o seu tempo a documentar os pormenores da vida quotidiana em Gaza, no meio dos bombardeamentos e do cerco.

Fatma Hassona

Licenciada pela Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade de Gaza, Fátima não era apenas uma fotógrafa, era uma testemunha visual de uma realidade que está a tornar-se mais dura a cada dia que passa. Horas antes de ser morta, publicou uma fotografia do pôr do sol na sua varanda, escrevendo:

«Este é o primeiro pôr do sol desde há muito tempo»

Num post anterior, ela escreveu:

«Quanto à morte inevitável, se eu morrer, quero uma morte barulhenta, não me quero numa notícia de última hora, ou num número com um grupo, quero uma morte que seja ouvida pelo mundo, um rasto que dure para sempre, e imagens imortais que nem o tempo nem o espaço possam enterrar.»

Um sonho cinematográfico inacabado

No dia anterior à sua morte, a Associação de Filmes Independentes para Distribuição (ACID) anunciou que o documentário Put Your Soul on Your Palm and Walk, da cineasta iraniana exilada Sepideh Farsi, tinha sido selecionado para o próximo Festival de Cinema de Cannes.

Fatemeh é a personagem central do filme, e a sua seleção poderia ter sido um marco na sua carreira e uma oportunidade de partilhar a sua visão com o mundo.

Numa entrevista ao Le Monde, a realizadora iraniana descreveu Fatemeh com palavras comoventes, dizendo que ela «era um sol». E acrescentou:

«Estava a cobrir a guerra em Gaza, colaborando ocasionalmente com os meios de comunicação social, enviando fotografias e vídeos. «Todos os dias me enviava fotografias, mensagens escritas e clips de áudio. Todas as manhãs, acordava e perguntava-me se ela ainda estaria viva».

Jornalistas de Gaza em risco

Desde o início da guerra israelita em Gaza, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) estima que pelo menos 157 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social foram mortos, havendo outros relatórios que sugerem que o número real pode ultrapassar os 200.

A FIJ lamentou Fátima e condenou o fato de os jornalistas continuarem a ser alvo de ataques, sublinhando a necessidade de pôr fim à impunidade de Israel. «Este massacre tem de acabar», afirmou, apelando a uma investigação imediata e independente sobre o assassínio de jornalistas.

«Os jornalistas em zonas de conflito devem ser tratados como civis e autorizados a realizar o seu trabalho sem interferências», afirmou o Secretário-Geral da IFJ, Anthony Belanger. «Há um interesse global generalizado no que está a acontecer em Gaza, mas só podemos ver a verdade se os jornalistas tiverem acesso a ela.

Médicos Sem Fronteiras

A organização Médicos Sem Fronteiras declarou em comunicado:

 «Gaza tornou-se uma vala comum para os palestinianos e para aqueles que os ajudam». O coordenador de emergência da organização, Amand Pazerol, acrescentou: «Estamos a testemunhar em tempo real a destruição e a deslocação forçada de toda a população de Gaza».

Fatima Hassouna não foi apenas uma jornalista, mas uma voz humanitária e uma imagem inesquecível na história de uma cidade que morre e renasce todos os dias, enquanto o seu rasto permanece como testemunha de uma realidade que não parou de documentar até ao último momento.

 

PS do Colaborador:

Christophe Ena/AP

Fatma Hassona –  fotojornalista conhecida por seu trabalho comovente sobre a vida civil durante a guerra em Gaza.

 “Se eu morrer, eu quero uma morte estrondosa”, ela disse, ciente dos perigos de seu trabalho.

Em abril de 2025, ela foi morta em um ataque aéreo, aos 25 anos de idade. Nascida em 1999, na Cidade de Gaza, Fatima era formada pela Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade de Gaza. Desde 7 de outubro de 2023, ela se dedicava a registrar o cotidiano de sua comunidade após o início da contra-ofensiva israelense.

Em meio à destruição, deslocamentos e mortes, ela capturava imagens poderosas de dor, resistência e humanidade – crianças brincando entre escombros, rituais fúnebres e o impacto direto dos ataques aéreos.

Bombardeio

Em abril de 2025, aos 25 anos, Fatima foi morta por um ataque aéreo israelense junto a dez membros de sua família, incluindo sua irmã grávida.

O bombardeio ocorreu a poucos dias do casamento de Fatima, e um dia após o anúncio de que o documentário protagonizado por ela (“Put Your Soul on Your Hand and Walk”, da diretora iraniana Sepideh Farsi) seria exibido na seção paralela para filmes independentes durante o Festival de Cannes.

Fatma Hassona

Fatima sabia que permanecer em sua cidade era arriscado: desde outubro de 2023, mais de 200 jornalistas foram mortos em Gaza – o maior número já registrado em um único conflito.

Ciente dos riscos, ela disse: “Se eu morrer, quero uma morte barulhenta. Não quero ser apenas uma manchete de notícia, ou um número de estatística. Quero uma morte que o mundo ouça, com um impacto que permaneça através de gerações”.


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Fotoarte:Fatma Hassona,presente”

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Vídeo: “Put Your Soul on Your Hand and Walk»
Sepideh Farsi fala sobre seu documentário

 

 

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