Brasil. O que achei do camarada Boulos na TV Cultura
Acabou-se o programa Roda Viva. Minha opinião? Boulos nadou de braçada! Deu ao Brasil uma aula de coerência, cidadania e pensamento solidário e popular.
Fundamental crítica cristalina ao processo injusto e ilegal que levou Lula ao cárcere. Defendeu suas convicções, sem tornar a divergência um argumento de desqualificação da gestão petista.
Tocou em quatro pontos nevrálgicos da complexa questão política brasileira:
- a) a necessidade da reforma política;
- b) a necessidade da reforma urbana;
- c) e eliminação das regalias do judiciário;
- d) a necessidade de uma reforma tributária que retire os privilégios dos banqueiros e do capital rentista.
Foi claríssimo ao afirmar que não é contrário à atividade daqueles que mantêm micro, pequenas e médias empresas, geradores da maior parte dos empregos no Brasil.
Manifestou-se contra o modelo que beneficia megacorporações e as grandes instituições financeiras, promotoras da desigualdade.
Tratou com conhecimento da questão venezuelana e denunciou sem papas na língua o retrocesso promovido pelo governo golpista.
Mostrou a importância da representação de mulheres, negros, indígenas e LGBT nos processos decisórios e no avanço do rito civilizatório.
Comoveu ao defender, sobretudo, a empatia e a solidariedade, essas virtudes tão presentes no sonho jovial dos elevados de espírito.
Por fim, encantou ao declarar como seu ídolo o Doutor Sócrates, corinthianista como ele, corinthianista como nós.
Obrigado, Guilherme! Nesta noite, na cova dos leões, representou-nos com coragem e ternura.
Walter Falceta Jr. tem 54 anos, atua como jornalista desde 1983. É o atual presidente do Coletivo Democracia Corinthiana
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O que achei do camarada Boulos na TV Cultura, por Walter Falceta