Brasil-MST: Abril Vermelho e luta contra o PL 4.330
Somando-se à luta contra o Projeto de Lei (PL) 4.330, que libera as terceirizações, e em defesa dos direitos e da democracia, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza, desde a manhã desta quarta-feira (15), uma série de manifestações pelo país.
A iniciativa faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que ocorre todo mês de abril com o objetivo de cobrar, dos governos estadual e federal, a desapropriação de terras para a Reforma Agrária e um programa que garanta infraestrutura para os assentamentos.
«As bandeiras levantadas pelo movimento dialogam diretamente com as necessidades de mudanças para o avanço da reforma agrária, como por exemplo, a reforma política. Temos clareza que frente a um Congresso extremamente conservador e reacionário, que não representa o povo brasileiro, somente com uma reforma política que impulsione a mudança de sua forma e conteúdo é possível avançarmos, também, na realização da reforma agrária», destaca Débora Nunes, da coordenação nacional do MST.
As ações desta quarta-feira ocorrem com o bloqueio das principais rodovias do país. Entre elas, a que liga a capital paulista ao Pontal do Paranapanema, que foi ocupada por cerca de 200 pessoas. As rodovias BR-104 e BR-232, em Pernambuco, e a BR-276, em Curitiba (PR) também estão fechadas. Em Curitiba, a ação concentra-se na frente das fábricas da Volvo e da Bosch.
Em Alagoas, os camponeses bloquearam rodovias nos municípios de Atalaia (BR-316) e dois pontos da BR-101, em Flexeiras e em Joaquim Gomes, além da BR-104 na cidade de União dos Palmares.
Ainda no estado, cerca de 400 trabalhadores ocuparam a sede da Águas do Agreste em Arapiraca. A empresa é responsável, através de parceria público-privada, pela gestão de abastecimento de dez cidades da região e os sem-terra denunciam que o destino da água está a serviço da mineração, beneficiando a empresa Vale Verde.
Ontem (14), cerca de 600 integrantes do MST ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá (MG). Eles relembraram o massacre ocorrido em 1996, quando 21 trabalhadores sem terra foram assassinados e mais de 60 ficaram feridos durante uma operação da Polícia Militar para reprimir uma marcha dos trabalhadores, no sudeste do Pará.