Brasil. Julho Negro: combater o racismo e o genocídio de jovens. [Vídeo]
Julho Negro: evento discute formas de combater o racismo e o genocídio de jovens
Semana de mobilização, que vai até sexta-feira (21), é organizada por movimentos sociais e de familiares de vítimas de violência policial
A violação dos direitos humanos da população negra, pobre e de periferia é tema da semana de mobilização Julho Negro, no Rio de Janeiro, que vai até sexta-feira (21).Evento terá protestos, rodas de conversa, ações de conscientização e um festival de cinema
A violação dos direitos humanos da população negra, pobre e de periferia é tema da semana de mobilização Julho Negro, no Rio de Janeiro, que vai até sexta-feira (21). O evento terá manifestações, rodas de conversa, ações de conscientização e um festival de cinema.
Organizado por movimentos sociais e de familiares de vítimas de violência policial, o Julho Negro chega ao seu segundo ano. «O Julho Negro é uma programação que pauta, principalmente, a questão do racismo e da militarização, falando sobre o aumento das chacinas no Rio, do crescimento da violência policial dentro das favelas. Estamos reunindo mães, familiares e moradores de favelas que estão sobrevivendo a isso», conta Gizele Martins, jornalista e do Movimento de Favelas.
Em entrevista à repórter Ana Ribeiro, da TVT, Renan de Souza, do coletivo Ação Direta em Educação Popular, diz que a ideia de conscientizar a população começa nas comunidades. «O que mais me faz querer estar na militância e tentar mobilizar as pessoas é o estado de normatização que acaba acontecendo nas favelas, fruto de toda uma estrutura de mídia e de consumo, interferindo na vida das pessoas e fazendo com que elas não prestem atenção no que acontece do seu lado», afirma.
A semana de mobilização é organizada não apenas por movimentos sociais do Rio, mas também internacionais, entre eles o movimento antirracista americano Black Lives Matter e Associação de Refugiados Haitianos. «A gente não veio aqui como sobre-humano, nós viemos nessa terra de oportunidades para servir e contribuir. O Haiti foi a primeira república negra do mundo, onde nós nos alforriamos, fizemos a primeira democracia, conseguimos a independência e continuamos, todos os dias, a resistência«, diz Clarens Therry, representante da associação.
Estão previstas panfletagens contra o racismo na Central do Brasil e diálogos em favelas da capital e da região metropolitana. Questões de gênero também farão parte da programação. Na noite de hoje (19), uma mesa vai discutir machismo e masculinidades. Confira aqui a programação completa.
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O Julho Negro é uma articulação entre os movimentos de mães e familiares vítimas do Estado brasileiro, como Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, Mães de Maio de SP, Fórum Social de Manguinhos, Mães de Manguinhos, Mães Vítimas da Chacina da Baixada com a adesão e apoio do Fala Akari, Coletivo Papo Reto, Fórum de Juventudes RJ, Fórum Grita Baixada, Centro dos Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu, e o movimento/campanha Black Lives Matter (Vidas Negras importam), dos Estados Unidos da América. Desde o ano passado, esses grupos vêm estabelecendo um diálogo e ações entre Brasil – EUA sobre racismo e segurança pública.
O Julho Negro, na sua edição de 2017, terá ações de 17 a 21 de julho. Participarão mães e familiares de vítimas na Palestina, no México e também a Associação de Haitianos do Brasil.
Programação:
Dia 17/07
# 11-13h: Coletiva de Imprensa com todos movimentos participantes (local a definir);
# 18h: Lançamento Virtual da Campanha Vidas nas Favelas Importam.
Dia 18/07
# 15h: Ato Candelária pelo Fim da Era das Chacinas.
Dia 19/07
# 18h30 na Cinelândia:
Roda de Conversa Masculinidades Negras: opressões do Machismo.
Dia 20/07
# Vigília pela Chacina da Candelária.
# 18h30: Lançamento na Baixada Fluminense do Atlas da Violência 2017 com apresença do Ipea.
Dia 21/07
# 18h: Festival de Cinema Dona Jane Camilo.(Biblioteca Parque da Favela de Manguinhos)
Até esta sexta-feira, ocorre no Rio de Janeiro o Julho Negro, um evento organizado por movimentos sociais para protestar contra o racismo, a militarização, o genocídio de jovens negros e a criminalização da pobreza.
Vídeo: Julho Negro discute formas de combater o racismo e o genocídio de jovens negros
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