Brasil. Governo Bolsonaro, Degradação Máxima [Vídeo]
Paulo Moreira Leite- Alexandre Padilha.
Mensagem debochada do Weintraub
Agradeço a todos que me ajudaram a chegar em segurança aos EUA, seja aos que agiram diretamente (foram dezenas de pessoas) ou aos que oram por mim.
Aproveito para dizer que estou bem. Quanto à culinária internacional, ontem fiquei tentado a comer uns tacos, acabou sendo KFC. pic.twitter.com/7Ea3sCVKQW— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) June 22, 2020
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Só um presidente sem respeito pelo decoro exigido no exercício do cargo (lei 1079, conhecida como lei do impeachment) poderia permitir uma operação vergonhosa como viagem do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para Miami.
Alegando que temia ir para a prisão, («cadeião», em suas palavras), na 6a. feira, 19, Weintraub embarcou às pressas para os Estados Unidos, onde espera sentar-se numa cadeira de diretor do Banco Mundial (salário equivalente a R$ 115 000 mensais).
O problema é que Weintraub não queria submeter-se a quarentena de 14 dias para atravessar a fronteira norte-americana, exigência cobrada de todo estrangeiro que visita o país, havendo exceção apenas para autoridades estrangeiras.
Ocorreu, então, uma cena impensável.
Weintraub embarcou como ministro e passou pela alfândega como ministro. Só que já não era mais ministro nem tinha qualquer missão oficial a cumprir no cargo.
Estava fora do governo.
Dias antes havia se despedido do posto num vídeo que deixou Bolsonaro em situação constrangedora.
Mas sua exoneração só seria publicada – numa edição extra do Diário Oficial – quando se encontrava, são e salvo, do lado de lá da fronteira norte-americana.
Num país onde o Ministério da Educação é uma pasta essencial, com um orçamento de R$ 118 bilhões, é no mínimo constrangedor imaginar que a formalidades que acompanham um cargo de ministro podem ser preenchidas ou não de acordo com as conveniências pessoais do titular.
Como é sabido, Weintraub deixa um folha corrida de medidas destrutivas contra a educação pública, inclusive um decreto derradeiro, que pretende eliminar o sistema de cotas nos cursos de pós-graduação de nossas universidades.
No país desses dias, o episódio integra o ambiente de fim de linha da presidência Bolsonaro.
Quarenta e oito horas antes, uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro foi até Atibaia para dar voz de prisão a Fabrício Queiroz, tesoureiro das «rachadinhas» do gabinete do 01 Flávio Bolsonaro.
Mais grave até que a aparição de Queiroz, foi a descoberta do endereço do esconderijo, um imóvel de Frederick Assef, advogado de 01 e também do presidente da República.
Personagem obrigatório em eventos no Planalto e mesmo no Alvorada, Assef é sócio de uma empresa de informática fundada por sua ex-mulher, que tem feito bons negócios com o governo.
Se já atuava nos governos Dilma e Temer, a Globalweb Outsourcing conseguiu faturar R$ 41 milhões em 15 meses de governo Bolsonaro – contra R$ 42 nos quatro anos anteriores.
Segundo levantamento feito no Portal da Transparência e no Diário Oficial, contratos que a empresa já mantinha anteriormente receberam aditivos para chegar a R$ 165 milhões na gestão Bolsonaro (UOL, 21/06/2020).
O trabalho de investigação do Ministério Público pode produzir novidades nas conexões de Queiroz e a família Bolsonaro.
Será possível esclarecer a dupla demissão de Fabrício Queiroz e da filha, Natália, preparadora física, no mesmo dia, entre o primeiro e o segundo turno da campanha de 2018.
Conforme o empresário Paulo Marinho disse a jornalista Monica Bergamo, a decisão foi tomada depois que um delegado da Polícia Federal vazou a informação de que a operação Furna da Onça reunira indícios de movimentação financeira suspeita contra Queiroz.
A prisão de Queiroz é vista como um momento de aprofundar as investigações.
Nem todos integrantes do esquema estão felizes com seu lugar no fim da história e podem se dispor a falar, levando o governo Bolsonaro a ficar cada vez mais próximo do submundo da política, aquela zona cinzenta que sempre acaba misturada ao crime.
Alguma dúvida?
No site Brasil-247
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Ocupação militar do Ministério da Saúde.
Enquanto o Brasil acaba de chegar a um milhão de infectados pela Covid-19, completamos um mês sem ministro da Saúde e com o ministério ocupado por militares.
Alexandre Padilha* comenta em Vídeo
Nesses 30 dias de ocupação militar, o país paralisou o enfrentamento ao coronavírus e continua progredindo no aumento de casos.
Veja a coluna do ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha.
Vídeo: