«Contra o fascismo, não há meio-termo»: Serrano alerta sobre a necessidade de firmeza contra a extrema direita bolsonarista e a importância da defesa institucional do Supremo Tribunal Federal.
Redação Brasil 247
Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o jurista Pedro Serrano fez uma análise sobre os desafios da democracia brasileira diante das narrativas da extrema direita e destacou a necessidade de uma estratégia abrangente das instituições brasileiras para combater as fake news bolsonaristas.
«Contra o fascismo, não há meio-termo. Quem é democrata combate o fascismo em todas as suas formas», afirmou.
Serrano também enfatizou a necessidade de que os processos contra figuras bolsonaristas respeitem rigorosamente o devido processo legal.
«Me preocupa quando advogados criminalistas começam a dizer que a defesa não teve acesso a todos os documentos do processo. O ministro Alexandre nega isso, mas é algo que precisa ser acompanhado com cautela», disse.
Ele destacou que qualquer violação dos direitos dos réus pode acabar fortalecendo o discurso da extrema direita.
«Foi assim que a Lava Jato começou: com pequenos abusos que foram se acumulando. Precisamos garantir que o Estado democrático de direito seja respeitado em todas as fases do processo, para não dar argumentos aos inimigos da democracia», alertou.
O papel do STF e os limites da repressão
Serrano reforçou que defende que a Justiça reaja com firmeza contra os ataques à democracia, mas sem ultrapassar os limites da legalidade. «Temos que diferenciar o que é crime contra a democracia e o que é um ataque pessoal. Quando um bolsonarista chama um ministro do STF de ‘idiota’ ou ‘psicopata’, isso é um crime contra a honra, não contra a democracia. E há instrumentos jurídicos adequados para tratar disso», explicou.
O jurista destacou que qualquer medida de repressão precisa ser proporcional e dentro da Constituição. «Nós temos que reagir de forma democrática aos ataques contra a democracia. Se houver abuso por parte do STF ou de qualquer outra instituição, isso pode gerar uma reação negativa e fortalecer o discurso bolsonarista», alertou.
«Não podemos abrir espaço para o discurso da extrema direita»
A preocupação central de Serrano é evitar que a extrema direita consiga se reinventar através da narrativa de perseguição. «Eles sabem que nunca vão admitir que tentaram um golpe. Então, constroem a ideia de que foram injustiçados. Isso é esperado. Mas o que realmente pode nos destruir é quando pessoas progressistas começam a repetir esse discurso, dando legitimidade a ele», argumentou.
Ele concluiu reforçando a necessidade de unidade entre os setores democráticos para impedir a ascensão de novas formas de autoritarismo.
«Essa briga contra o fascismo não tem mediação. Não existe meio-termo. Quem é democrata tem que combatê-lo em todas as suas formas», finalizou.
PS do Colaborador:
Fotoarte: “Durruti – Serrano”