Brasil-Arte. Paulo Caruso, presente!

 

Caricaturista, ilustrador, chargista e músico, Paulo José Hespanha Caruso, o Paulo Caruso  morre em São Paulo, aos 73 anos.

Flávia Said

O cartunista Paulo Caruso morreu na manhã deste sábado (4/3), em São Paulo. Ele estava internado há alguns dias, lutando contra um câncer. A causa da morte não foi informada.

Caricaturista, ilustrador, chargista e músico, Paulo José Hespanha Caruso, o Paulo Caruso, nasceu na capital paulista em 6 de dezembro de 1949.

Era irmão gêmeo de Chico Caruso, também cartunista, pai do cineasta Paulinho Caruso e tio do humorista Fernando Caruso.

Caruso trabalhava atualmente no programa semanal de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura, fazendo charges ao vivo dos entrevistados e jornalistas, e também publicava charges na revista Época. Na pandemia, ele fez as charges de casa.

Caruso desenhou vários personagens políticos.

O cartunista cursou Arquitetura na Universidade de São Paulo (USP) entre 1969 e 1976, mas não exerceu a profissão. Na década de 1970, trabalhou no semanário de humor O Pasquim, que se tornou símbolo da resistência à ditadura militar. Em seguida, colaborou com diversos jornais e revistas, como Diário Popular, Folha de S.Paulo, Veja, Isto É, Careta e Senhor.

Ficou conhecido pelos seus cartuns políticos e pela caricatura pessoal. Além de cartunista, ele se dedicou também à produção de espetáculos de música e teatro, ao lado do irmão.

Em 1985, durante o Salão Internacional de Humor de Piracicaba, os irmãos Caruso e outros cartunistas formaram “Muda Brasil Tancredo Jazz Band”, conjunto ao qual Luis Fernando Veríssimo, Cláudio Paiva e Mariano juntaram-se posteriormente.

Em 2013, os irmãos Paulo e Chico Caruso foram entrevistados pelo Roda Viva, onde fizeram um balanço de suas carreiras e falam do papel das charges e do humor na política e no jornalismo.

Diário Popular

Reportagem do portal G1 relembra que Paulo Caruso começou a vida profissional no “Diário Popular” no final da década de 1960 e também colaborou com os jornais “Folha de S.Paulo” e “Movimento”.

Nos anos 1970, foi para “O Pasquim”, ao lado de Millôr Fernandes (1923-2012), Jaguar e Ziraldo. A partir de 1988, publicou, na revista “IstoÉ”, a coluna de humor Avenida Brasil, onde sintetizou, com sátira e humor, vários momentos da história política do país.

Em 1992, lançou o livro “Avenida Brasil”, em que reuniu centenas de charges políticas, publicadas em jornais e revistas. O principal foco, na época, era o presidente Fernando Collor de Mello. Também é autor de “As Origens do Capitão Bandeira” (1983), ”Ecos do Ipiranga” (1984), “Bar Brasil na Nova República” (1986) e “A Transição pela Via das Dúvidas” (1989).

“A matéria-prima é toda fornecida pelo governo. Eu acho que nós, cartunistas, deveríamos virar ‘estatal’ porque nós dependemos tanto do governo para nossa produção”, brincou Caruso.

Recebeu vários prêmios, entre eles, o de melhor desenhista, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA, em 1994.

Comentário

@LaerteCoutinho1

Seguir

Paulo Caruso, querido, morreu. Grande herói do quadrinho brasileiro. Beijo, Paulo.

 PS do Colaborador:

 Fotoarte: “Paulo Caruso, Aroeira, Jaguar, Miguel Paiva e Chico Caruso”

.

https://www.metropoles.com/brasil/cartunista-paulo-caruso-morre-em-sao-paulo-aos-73-anos

Compartir
Ir al contenido