Brasil. 9º Encontro e Feira dos Povos do Cerrado [Áudio]
Encontro e Feira dos Povos do Cerrado
Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Cerrado, Brasília recebe o 9º Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. Um momento para discutir políticas públicas e comercializar produtos regionais.
O evento começou na quarta-feira (11) e vai até sábado (14) no Complexo Cultural da Funarte. O tema desta edição é Pelo Cerrado Vivo: Diversidades, Territórios e Semocracia.
No primeiro dia do encontro, foi entregue uma petição aos parlamentares da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. A iniciativa recolheu mais de meio milhão de assinaturas em prol da proposta de emenda à Constituição (PEC) 504/2010. A proposta pede que os biomas Cerrado e Caatinga se transformem em Patrimônio Nacional. Segundo a Constituição Federal, a Amazônia, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal e a zona costeira já estão na lista.
“Nossa Constituição tem uma falha grave em não considerar o Cerrado e a Caatinga como Patrimônio Nacional. Todos os biomas são interligados, todos os biomas possuem um papel fundamental para a geração de água, a biodiversidade e na provisão de serviços ecossistêmicos”, diz a coordenadora do programa Cerrado e Caatinga, do Instituto Sociedade, População e Natureza do Rede Cerrado, Isabel Figueredo.
O 9º Encontro e Feira dos Povos do Cerrado conta com programação cultural, gastronômica, além de debates e oficinas. Confira a programação completa!
O evento é aberto ao público e gratuito. As oficinas serão realizadas pela manhã e tarde. A partir das 17h, o público terá acesso às 25 barracas de produtos da agricultura familiar como farinha de babaçu, bolos de baru e doces de buriti. Há ainda, biojoias de capim dourado, artesanato indígena e apresentações culturais como bumba meu boi, jongo, coco, forró, maracatu e cordel.
Cacique Raoni Metukire
Bolsonaro é um doido!
Para líder indígena, presidente incentiva a destruição do meio ambiente
O cacique Raoni Metukire, da etnia kayapó, participou dos debates do 9o Encontro dos Povos do Cerrado em Brasília.
O evento, organizado pela Rede Cerrado, aconteceu entre os dias 11 e 14 de setembro, com o objetivo de discutir políticas públicas e ações de sustentabilidade para a região.
Raoni participou de um dos seminários no dia 12/IX. Falando em seu idioma kayapó, traduzido por outro indígena que o acompanhava, o cacique falou sobre a necessidade de união na luta contra a política ambiental do governo:
«Nossos ancestrais, nossos avôs, nossas avós, são os primeiros habitantes dessa terra, que não tinha branco. (…) Quero falar para todos, deixar bem claro: no passado não tinha branco destruindo a floresta desse jeito que eles estão fazendo», disse.
Ele continuou:
«Eu sou descendente de lideranças tradicionais. Eu sou liderança de verdade», disse, em referência ao episódio, em julho deste ano, em que o Jair Messias afirmou que Raoni não representa a população indígena.
O líder kayapó continuou: «Bolsonaro não é um líder. Bolsonaro é um doido. É importante pensar e se unir. Bolsonaro está incentivando a destruição que está ocorrendo agora. Todos nessa sala precisam se unir. Juntos, a gente pode tirar Bolsonaro do governo para que ele pare de falar o que está falando».
Kamilla Cerbino
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http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-09/brasilia-recebe-encontro-e-feira-dos-povos-do-cerrado
Áudio: Rádio Brasil de Fato
Foto: cacique Raoni durante o Encontro dos Povos do Cerrado (Créditos: Thomas Bauer/CPT)
* Estagiária da Agência Brasil* Brasília